Ser seresteiro em tempos de Covid 19
Fredi Jorge • 29 de março de 2020
Como celebrar o virtual enquanto o real faz sua metamorfose

Como seresteiro devo admitir ;
Nunca imaginei que celebrar a vida em família e com amigos , pudesse um dia, ser um risco para ela própria.
Nunca imaginei como seresteiro que cantar o amor fosse apenas a distância.
Espero poder tirar meu chapéu para mudanças importantes que poderão ser feitas no comportamento humano.
Espero poder tirar meu chapéu para celebração da vida e do novo mundo que nos espera.
Espero que a serenata possa atingir mais forte os corações na essência da sua existência.
Espero que a serenata cante mais a vida do que a dor da perda.
Espero que a serenata mostre ao mundo que somos um só e que a celebração da vida possa ser intensa, mais intensa agora.
Eu espero poder usar todo figurino de novo e sair às ruas sem máscara e sem medo do toque.
Espero encher os pulmões de mais gente cantando comigo do que o silêncio dos doentes infectados.
Para quem não sabe não é só cantar uma serenata, é mudar o curso daquela história e potencializar mais emoções.
Será uma grande descoberta olhar para esse mundo novo que está se formando agora e ver que canções juntos podemos cantar.
A vida só termina depois que o ultimo bonde passar e não existir mais ao que celebrar.

Os sábios pitagóricos diziam que o universo é musical. De fato, cada som e cada silêncio parecem ter um efeito especial sobre o ser humano. Seu significado específico pode ser libertador ou não, trazendo alívio, paz, serenidade, ou talvez inquietação. Por isso o excesso de ruídos – a moderna poluição sonora – está longe de ser um problema sem importância.

A música das esferas, de que falavam os pitagóricos, é escutada quando a nossa vida física, emocional e mental está em consonância com o grande processo vital do planeta e do cosmo. “Ora, direis, ouvir estrelas” – escreveu Olavo Bilac, antecipando o desprezo dos céticos. E, no entanto, sabemos que é possível ouvir as estrelas, e que elas não necessitam de palavras para falar. Basta que haja silêncio mental da parte de quem escuta.